terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sinais de Autismo em Bebés


"Não há bebés difíceis,
 há apenas os bebés que estão a passar por dificuldades."
 Hilary Jacobson



Hoje a propósito de uma situação na clínica resolvi escrever algumas palavras sobre os sinais de autismo em bebés.... sim ! É verdade, na consulta de bebés conseguimos detectar estes sinais em bebés muito pequeninos, com 3,4 6 meses de idade...e, acreditem que é muito diferente tratar um bebé com esta patologia aos 4 meses do que aos 4 anos de idade, como frequentemente acontece!


Por isso a intervenção precoce é tão importante.

Como anterormente referi, não existe período na nossa vida, de maior e mais rápido crescimento cerebral do que nos primeiros meses e primeiros anos de vida. Todas as horas, um novo crescimento ocorre, novas conexões entre neurónios, são formadas.

E é, através das relações com os outros, que os bebés desenvolvem o seu bem-estar emocional, social, incluindo mesmo a sua capacidade de formar relacionamentos satisfatórios e seguros  com os outros, de brincar, comunicar, explorar e aprender, enfrentar desafios, exprimir emoções e desenvolver novas experiências. 
 
Observe com atenção o que faz o seu bebé, pois ele podem dizer-lhe muito.  Nos primeiros meses de vida, os bebés com um bom desenvolvimento social e emocional reconhecem a linguagem humana e tem preferência pela voz da própria mãe, preferem rostos humanos, tem contacto visual com o outro e sorriem e imitam expressões faciais, dormem bem e bastantes vezes, levam o polegar à boca para sugar, gostam do contacto físico e choram de forma a comunicar fome, dor ou angústia. 


Mas nem sempre é assim, por vezes há bebé que nos comunicam que estão a passar um mau bocado e o quanto estão a sofrer, precisamos estar alerta para os sinais por vezes discretos que eles nos enviam para dizer isso. Muitas vezes esse sinais são entendidos como comportamentos normais ou que vão passar com a idades representando somente uma má fase, mas na verdade quando não os escutamos estamos a dizer-lhes que a sua dor não me importa e que não há nada que possamos fazer para alivia-la.

A partir dai cada bebé a sua maneira aprende a silenciar o seu sofrimento porque não espera do mundo uma resposta de conforto!

Convém no entanto também dizer que os bebés são todos diferentes e por isso a interpretação destes sinais deve ter em conta as circunstâncias especificas daquele bebé e do seu mundo.

O bebé não é capaz de nos dizer o que é que o está a fazer com que ele se sentia mal, ou que qual a solução. Cabe aos pais reconhecer as questões do bebé e ajudá-lo a sentir-se seguro e confortável. Ele dependente totalmente do cuidador para descobrir isso por ele e também de descobrir o que fazer para ajuda-lo. Na maior parte dos casos é isto que acontece e os Pais têm um “bebédar” sempre a funcionar que lhes permite detectar os mais discretos sinais!

Quando o caso é mais grave....





Perturbações do espectro do autismo aparecem na infância, causando atrasos em várias áreas básicas do desenvolvimento, como na aprendizagem da fala, da brincadeira ou do interagir com o meio envolvente e os outros.

Os sinais e sintomas de autismo variam de bebé para bebé, assim como os seus efeitos. Todos os bebés com este tipo de perturbação apresentam dificuldades até certo ponto nas seguintes áreas: na comunicação, na relação com o outro e o mundo em seu redor; no pensamento e forma de agir que é, em regra, menos flexível.

Os primeiros sinais de autismo em bebés podem ser:

  • Não palrar por volta dos 5 meses
  • Não fazer contacto visual entre os 6 e os 9 meses, quando geralmente os bebés começam a sorrir e responder aos pais; 
  • Não sorrir quando sorriem para ele; 
  • Não gostar de entrar em diálogo e conversas nem apreciar brincar ao Cú-cú;
  • Não seguir objectos visualmente;
  • Não fazer barulho para chamar sua atenção e ignorar os outros quando tentam chamar a sua atenção;
  • Não responder pelo nome por volta dos 10 meses;
  • Não apontar, dizer adeus, alcançar objectos e tentar falar por volta dos 12 meses de idade;



E nos mais crescidinhos....

  • Não ser sensível a ruídos altos (tipo um carro de policia) ou detestar (ser muito sensível)  que lhes toquem ou acariciem, e por vezes ser pouco sensível à dor;
  • Gostar e focar muito a sua atenção num objecto ou parte desse objecto, distanciando-se das pessoas incluindo outras crianças e até irmão;
  • Exibir comportamentos ou movimentos repetitivos;
  • Oferecer muita resistência a mudanças na sua rotina;
  • Apresentar atraso na linguagem;



Muitas crianças com autismo aparentemente, apresentam um desenvolvimento normal até aos 18-24 meses e depois parece que param ou regridem! Esteja atento se este for o caso....

Nunca é cedo demais, mas pode ser demasiado tarde!

A detecção e intervenção precoce e intensiva ajudam os bebés em risco e os bebés que demostram os primeiros sinais, podendo fazer toda a diferença.

Acompanhe atentamente o desenvolvimento do seu bebé. Vários sinais podem significar atrasos de desenvolvimento do seu bebé, portanto, manter um olhar atento se o bebé está a atingir os principais marcos sociais, emocionais e cognitivos é uma forma eficaz de detectar o problema precocemente.

Cada bebé desenvolve-se num ritmo próprio, por isso não se deve alarmar se o bebé tarda mais um pouco a falar ou a andar. Quando se trata de um desenvolvimento saudável, há uma vasta gama de comportamentos "normais".

No entanto se o bebé não está a atingir os marcos normais para a sua idade, ou se suspeita de algum problema, deve partilhar as suas preocupações com o seu Pediatra ou Psicólogo de bebés, imediatamente.

Idealmente, estes irão fazer uma avaliação completa. Um especialista pode realizar uma série de testes para determinar se o seu bebé apresenta ou não algum atraso no desenvolvimento. Embora muitos clínicos não façam o diagnóstico antes dos 30 meses de idade, eles serão capazes de utilizar técnicas de rastreio para determinar a presença de um conjunto de sintomas associados ao atraso do desenvolvimento.




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Plasticinas para o Banho!!!

Na minha ida a Oeiras para o programa Portugal no coração, fui almoçar com uma grande amiga ao Oeiras Shopping (não fosse perder-me à saída e não chegar ao Palácio)... Deparei-me com uma loja fantástica onde descobri alguns produtos que aconselho vivamente para usar como atividades de estimulação sensorial no banho!!! 









Plasticinas são muito divertidas e para os pais com pouco tempo, no dia-a-dia, para brincarem com os seus filhos.  Traransforma um banal banho num momento divertido em familia...


5 cores, cada uma com as suas propriedades....






A minha escolha é a azul, porque tem uma cor fantástica e é calmante (mistura de lavanda, camomila marroquina e óleos essenciais de camomila) induzindo um soninho reparador (para ela e para mim)




Descobri também a Gelatina, que a Baby adorou e o Sabão com purpurinas, que transformou a casa de banho numa chuvas de estrelas brilhantes!!!!




Para além dos produtos serem giríssimos e cheirarem muito bem, os princípios desta marca são fantásticos!!!
  • Usam produtos frescos
  • Minimo de conservantes
  • Comércio Justo
  • Preservação do ambiente, não usam embalagens desnecessárias e em muitos casos usam panos  os  Knot-Wraps muito giros para embrulhar...perfeitamente re-utilizaveis e feitos numa fabrica de 70 mulheres na India....
  • São pessoas "verdadeiras" que os fabricam porque como eles dizem pequenas orquídeas seriam demasiado delicadas para serem tratadas por máquinas...e comprovar isso cada produto traz uma etiqueta com o nome da pessoa que o fez...






  •  Não testam em animais, e são ativistas nesta matéria
Join the Fight:fightinganimaltesting.com

 Experimentem!!! Os vossos filhos vão adorar!!!!

















quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Atividades para Bebés-Portugal no Coração

FOR BABIES no PORTUGAL NO CORAÇÃO


Ora  aqui está para quem não viu, a apresentação do ForBabies e de todas as suas atividades para os bebés, no Portugal no Coração, no passado dia 25 de Outubro de 2013..

Já aqui referi que não existem muitas atividades para Bebés até aos 3 anos, em particulares atividades que possam ir ao encontro daquilo que são as suas necessidades em termos de desenvolvimento cerebral....

http://wedocareforbabies.wix.com/forbabies










quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Estou de volta! e o Desenvolvimento cerebral dos Bebés !

Bom, finalmente consigo sentar-me aqui outra vez a dar novidades, o mês de setembro foi de loucos porque entreguei a minha tese de doutoramento dia 30!!!


Sobre bebés, claro!..E com alguém que dá cartas nesta matéria...o Prof. Eduardo Sá.....Mais concretamente sobre a violência na gravidez e as consequências no desenvolvimento mental do bebé no primeiro ano......e que coisas tristes descobri!

Bom, mas não estamos aqui para falar disso...Hoje vou falar de algo que estou sempre a dizer aos pais dos bebés nas minhas consultas....o primeiro ano de vida é o de maior e mais rápido desenvolvimento cerebral....e nós Pais não podemos perder esse comboio!!!





Assim como todos nós nos esforçamos para dar a melhor alimentação aos nossos filhos, também nos devemos esforçar para que, o cérebro dele ele tenha, em particular, nos primeiros anos de vida todo o alimento necessário!....ao jeto de um..."porque vocês merecem!"

Falo de estimulação sensorial, afecto, brincadeira, colo, mimo, musica, línguas estrangeiras, ginástica.....

Trocando por miúdos....antigamente pensava-mos nos bebés, como seres que só dormiam, comiam, faziam xixi e có-có e ...mais nada!

Felizmente que a ciencia nos últimos 30 anos nos veio mostrar, que embora não falem, nem andem...e a visão de quem está de fora seja por vezes muito celestial e serena....lá por dentro nada podia ser tão diferente....o cérebro dos bebés etc... sempre em fogo de artificio, de tanta explosão de neurónios e sinápses que está a acontecer...e tudo isto porque!....está desejoso e ávido de conhecer o mundo! em particular de o conhecer a SI!

A saber:


As primeiras semanas do terceiro trimestre de gravidez são um período de transição durante o qual o córtex cerebral começa a assumir muitas funções anteriormente realizadas pelo tronco cerebral mais primitivo. Por exemplo, reflexos tais como o respirar fetal e as respostas a estímulos externos tornam-se mais regulares. O córtex cerebral também é o responsável pela aprendizagem precoce, que inicia o seu desenvolvimento por volta desta altura.
As habilidades notáveis ​​que os Bebés recém-nascidos evidenciam, vêm confirmar o grau de desenvolvimento pré-natal do cérebro. Os Recém-nascidos reconhecem rostos humanos, e que os preferem a outros objetos, e que podem até mesmo distinguir entre expressões felizes e tristes. Ao nascer, um Bebé reconhece a voz da mãe e pode ser capaz de reconhecer os sons das histórias que ela lhe contava, enquanto ele ainda estava no útero...

Por volta dos três meses, o poder de reconhecimento de um bebé já melhorou drasticamente, o que coincide com um crescimento significativo do hipocampo, a estrutura límbica relacionada com a memória de reconhecimento. Os circuitos da linguagem nos lobos frontais e temporais consolidam-se no primeiro ano, fortemente influenciados pelo tipo e riqueza de linguagem a que o bebé nesta fase é exposto.
O cérebro continua a desenvolver-se a um ritmo impressionante durante todo o primeiro ano de vida. Os cerebelo triplica de tamanho, o que parece estar relacionado com o rápido desenvolvimento das habilidades motoras que ocorre durante este período.
No primeiro ano de vida, esse desenvolvimento é mais rápido, mais extenso e por consequência muito mais vulnerável às influências ambientais do que alguma vez pudemos suspeitar. Sabemos que o ambiente pode afetar não só o número de células cerebrais e o número de conexões entre elas, mas também a forma como essas conexões são efetuadas.
            Desde a conceção e até aos três anos de idade, o cérebro de um Bebé sofre uma quantidade impressionante de alterações. Ao nascer, o cérebro de um Bebé, tem mais ou menos a totalidade de neurónios que no futuro irá ter. O seu tamanho passa para o dobro no primeiro ano, e aos três anos de idade irá atingir cerca de 80 por cento do seu volume quando for adulto.
Para além disto, e se calhar ainda mais relevante, é a velocidade com que as sinapses entre neurónios se formam, que atinge a sua velocidade máxima durante estes anos. Na verdade, o cérebro forma muitas mais sinapses do que aquelas que efetivamente necessita: por volta dos dois, três anos de vida, o cérebro tem até duas vezes mais sinapses do que irá ter na idade adulta. Estas conexões excedentes são eliminadas gradualmente ao longo da infância e adolescência, por um processo chamado poda.
O facto de o cérebro criar mais sinapses do que aquelas que necessita tem resposta na interacção de factores genéticos e ambientais no desenvolvimento cerebral. Este excesso de sinapses produzidas pelo cérebro de um Bebé nos três primeiros anos faz com que o cérebro nesta fase seja especialmente sensível aos estímulos externos .
Os estádios iniciais de desenvolvimento são fortemente influenciados por fatores genéticos, por exemplo, são os genes que determinam os locais para onde os neurónios recém-formados vão migrar, e têm também um importante papel na determinação da forma como eles irão interagir entre si.Mas, embora os genes sejam responsáveis pela organização geral do cérebro, pelas suas fundações, eles não são os responsáveis por todo o seus design, por toda a sua construção.Na realidade os genes permitem que o cérebro se sintonize com o seu meio-ambiente, e que ajuste a sua construção, dependendo dos inputs que receber através dos seus sentidos. É essa entrada que estimula a atividade neural.
O uso repetido reforça uma sinapse. Sinapses que raramente forem usadas ​​continuam fracas e são mais propensas a serem eliminadas pelo processo de poda. A força das sinapses contribuem para a melhor conectividade e eficiência das redes neuronais que suportam a aprendizagem, a memória e outras habilidades cognitivas.
Ou seja, as experiências a que um Bebé está sujeito, não só determinam  o tipo de inputs/informações que o seu cérebro recebe, mas também influenciam a forma como o cérebro se vai arquitetando.