quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Os bebés não falam...mas dizem muita coisa!!!


A propósito da saúde mental dos bebés...aqui está uma entrevista na TSF de 2010, o video que acompanha é muito básico porque corresponde à minha tentativa de o publicar no youtube...muito homemade...

Se tiverem questões, por favor partilhem...eu tentarei responder!





terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sinais de Autismo em Bebés


"Não há bebés difíceis,
 há apenas os bebés que estão a passar por dificuldades."
 Hilary Jacobson



Hoje a propósito de uma situação na clínica resolvi escrever algumas palavras sobre os sinais de autismo em bebés.... sim ! É verdade, na consulta de bebés conseguimos detectar estes sinais em bebés muito pequeninos, com 3,4 6 meses de idade...e, acreditem que é muito diferente tratar um bebé com esta patologia aos 4 meses do que aos 4 anos de idade, como frequentemente acontece!


Por isso a intervenção precoce é tão importante.

Como anterormente referi, não existe período na nossa vida, de maior e mais rápido crescimento cerebral do que nos primeiros meses e primeiros anos de vida. Todas as horas, um novo crescimento ocorre, novas conexões entre neurónios, são formadas.

E é, através das relações com os outros, que os bebés desenvolvem o seu bem-estar emocional, social, incluindo mesmo a sua capacidade de formar relacionamentos satisfatórios e seguros  com os outros, de brincar, comunicar, explorar e aprender, enfrentar desafios, exprimir emoções e desenvolver novas experiências. 
 
Observe com atenção o que faz o seu bebé, pois ele podem dizer-lhe muito.  Nos primeiros meses de vida, os bebés com um bom desenvolvimento social e emocional reconhecem a linguagem humana e tem preferência pela voz da própria mãe, preferem rostos humanos, tem contacto visual com o outro e sorriem e imitam expressões faciais, dormem bem e bastantes vezes, levam o polegar à boca para sugar, gostam do contacto físico e choram de forma a comunicar fome, dor ou angústia. 


Mas nem sempre é assim, por vezes há bebé que nos comunicam que estão a passar um mau bocado e o quanto estão a sofrer, precisamos estar alerta para os sinais por vezes discretos que eles nos enviam para dizer isso. Muitas vezes esse sinais são entendidos como comportamentos normais ou que vão passar com a idades representando somente uma má fase, mas na verdade quando não os escutamos estamos a dizer-lhes que a sua dor não me importa e que não há nada que possamos fazer para alivia-la.

A partir dai cada bebé a sua maneira aprende a silenciar o seu sofrimento porque não espera do mundo uma resposta de conforto!

Convém no entanto também dizer que os bebés são todos diferentes e por isso a interpretação destes sinais deve ter em conta as circunstâncias especificas daquele bebé e do seu mundo.

O bebé não é capaz de nos dizer o que é que o está a fazer com que ele se sentia mal, ou que qual a solução. Cabe aos pais reconhecer as questões do bebé e ajudá-lo a sentir-se seguro e confortável. Ele dependente totalmente do cuidador para descobrir isso por ele e também de descobrir o que fazer para ajuda-lo. Na maior parte dos casos é isto que acontece e os Pais têm um “bebédar” sempre a funcionar que lhes permite detectar os mais discretos sinais!

Quando o caso é mais grave....





Perturbações do espectro do autismo aparecem na infância, causando atrasos em várias áreas básicas do desenvolvimento, como na aprendizagem da fala, da brincadeira ou do interagir com o meio envolvente e os outros.

Os sinais e sintomas de autismo variam de bebé para bebé, assim como os seus efeitos. Todos os bebés com este tipo de perturbação apresentam dificuldades até certo ponto nas seguintes áreas: na comunicação, na relação com o outro e o mundo em seu redor; no pensamento e forma de agir que é, em regra, menos flexível.

Os primeiros sinais de autismo em bebés podem ser:

  • Não palrar por volta dos 5 meses
  • Não fazer contacto visual entre os 6 e os 9 meses, quando geralmente os bebés começam a sorrir e responder aos pais; 
  • Não sorrir quando sorriem para ele; 
  • Não gostar de entrar em diálogo e conversas nem apreciar brincar ao Cú-cú;
  • Não seguir objectos visualmente;
  • Não fazer barulho para chamar sua atenção e ignorar os outros quando tentam chamar a sua atenção;
  • Não responder pelo nome por volta dos 10 meses;
  • Não apontar, dizer adeus, alcançar objectos e tentar falar por volta dos 12 meses de idade;



E nos mais crescidinhos....

  • Não ser sensível a ruídos altos (tipo um carro de policia) ou detestar (ser muito sensível)  que lhes toquem ou acariciem, e por vezes ser pouco sensível à dor;
  • Gostar e focar muito a sua atenção num objecto ou parte desse objecto, distanciando-se das pessoas incluindo outras crianças e até irmão;
  • Exibir comportamentos ou movimentos repetitivos;
  • Oferecer muita resistência a mudanças na sua rotina;
  • Apresentar atraso na linguagem;



Muitas crianças com autismo aparentemente, apresentam um desenvolvimento normal até aos 18-24 meses e depois parece que param ou regridem! Esteja atento se este for o caso....

Nunca é cedo demais, mas pode ser demasiado tarde!

A detecção e intervenção precoce e intensiva ajudam os bebés em risco e os bebés que demostram os primeiros sinais, podendo fazer toda a diferença.

Acompanhe atentamente o desenvolvimento do seu bebé. Vários sinais podem significar atrasos de desenvolvimento do seu bebé, portanto, manter um olhar atento se o bebé está a atingir os principais marcos sociais, emocionais e cognitivos é uma forma eficaz de detectar o problema precocemente.

Cada bebé desenvolve-se num ritmo próprio, por isso não se deve alarmar se o bebé tarda mais um pouco a falar ou a andar. Quando se trata de um desenvolvimento saudável, há uma vasta gama de comportamentos "normais".

No entanto se o bebé não está a atingir os marcos normais para a sua idade, ou se suspeita de algum problema, deve partilhar as suas preocupações com o seu Pediatra ou Psicólogo de bebés, imediatamente.

Idealmente, estes irão fazer uma avaliação completa. Um especialista pode realizar uma série de testes para determinar se o seu bebé apresenta ou não algum atraso no desenvolvimento. Embora muitos clínicos não façam o diagnóstico antes dos 30 meses de idade, eles serão capazes de utilizar técnicas de rastreio para determinar a presença de um conjunto de sintomas associados ao atraso do desenvolvimento.