sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Como falar com os nossos filhos sobre terrorismo





As notícias recentes de ataques terroristas chocam-nos a todos e apesar dos nossos cuidados elas são tão inesperadas que as nossas crianças acabam por ser expostas a elas. A realidade é que existem coisas e pessoas “ más “ e embora por vezes a tentação de “deixar passar” por acharmos que os nossos filhos são muito pequenos e não perceberem nada seja forte, não o podemos fazer, pois apesar de eles não entenderem os conceitos, ou o que é a guerra, eles são ”peritos “ em ler as nossas reações, expressões e perceber o nosso medo o que os pode assustar ainda mais do que as imagens ou noticias. Mas a questão que se põe é como faze-lo?
Encontrar resposta para algumas questões que as crianças nos colocam é por vezes praticamente impossível! A dúvida de muitos pais e educadores neste tipo de situações é se devem “proteger” e esconder as realidades associadas a esta violência ou se deverão assumir uma postura aberta, honesta e responder a todas as questões, independentemente da complexidade.
A honestidade é sempre a melhor solução no entanto isso não torna a tarefa mais simples, pelo que enumeramos alguns aspetos importantes ao abordar este assunto com crianças que esperamos possam ajudar.


Procure saber o que o seu filho já sabe


Pergunte ao seu filho o que já sabe e onde ouviu falar sobre o assunto. É importante perceber se ele ouviu falar disto na escola ou se viu na televisão, porque essa informação irá ajuda-lo a entender o que é que ele já sabe o que pode ser uma boa base para orientar a sua resposta.


Lembre-se da idade e do nível de desenvolvimento da criança


O tipo e a quantidade de informações que vamos partilhar com as crianças tem que ser adequada à sua idade e fase de desenvolvimento para que ela possa compreender a nossa explicação e sentir-se tranquila. Por exemplo com os mais pequeninos podem não perceber nada de terrorismo mas são exímios leitores de expressões faciais e tons de voz!...e acredite que um pai aterrorizado a falar com o vizinho acerca das noticias pode amedrontar muitos mais do que a própria noticia!
Use linguagem simples, mas criando espaço para que a criança possa fazer perguntas. As crianças não precisam de toda a informação por isso é desnecessário incluir detalhes que podem despoletar medos ou comprometer a sua sensação de segurança.


Ouça


Tente perceber os seus medos e preocupações, mesmo que pareçam despropositadas ou absurdas. As crianças tem uma visão do mundo muito diferente da dos adultos, os seus medos e preocupações são muito diferentes dos seus. Tente entender a perspetiva única do seu filho e deixe que seja ele a “guiar “ a conversa. Muitas crianças têm normalmente medo de que algo “mau” possa acontecer com elas próprias ou com as suas famílias. Elas veem as imagens dentro de casa, em closeups, não percebem se o que aconteceu foi perto ou longe.

Facilite a expressão de emoções


É comum as crianças quererem saber se outras crianças e pessoas ficaram feridas. Ajuda-las a identificar e “dar nome” aos seus próprios sentimentos nessas situações, referindo que isso o deixou triste, com medo ou raiva, vai ajudar o seu filho a compreender o seu próprio estado interno e emoções. Permita que seu filho se sinta triste, não o “force “a não sentir essas emoções. O mais provável é que neste tipo de situações as crianças não saibam expressar o que estão a sentir e normalmente comunicam as suas emoções através de comportamentos que podem surgir na forma de irritabilidade, problemas de sono, choro frequente, brincadeiras mais agressivas, etc.... Refira que é normal sentir raiva quando não sabemos o que está a acontecer ou temos medo, mas que não é bom exprimi-la magoando a si ou aos outros. Pergunte ao seu filho como se sente. Pode aproveitar e mostrar-lhe maneiras positivas de expressar seus sentimentos, que podem passar por escrever uma carta, fazer um desenho, etc...

O que dizer sobre quem são os “maus”?


Esta questão requer um cuidado especial pois pode influenciar negativamente a forma como o seu filho vê todo um grupo de pessoas e não as pessoas que efetivamente cometeram ações terroristas. A informação deve ser adequada à idade e fase de desenvolvimento do seu filho. É importante aproveitar este momento para ensinar ao seu filho que os atos de violência não são cometidos, nem representam os pensamentos e crenças de toda uma raça ou grupo étnico. Existem em todos os grupos pessoas boas e más e especialmente nestas alturas importa realçar que devemos tratar todas as pessoas como iguais, não importa qual grupo étnico a que pertencem ou a sua origem.


Reforçar sentimentos de esperança, tranquilidade e segurança



Quando falamos de terrorismo e outros atos de violência reforçar os sentimentos de tranquilidade e segurança deve ser o nosso principal objetivo. Os Adultos precisam de garantir às crianças que ataques terroristas são algo que não acontece com frequência. Minimize a sua exposição a imagens que possam choca-los de forma suave (dizendo por exemplo que já viram muita televisão e que se calhar agora é melhor irem brincar um bocadinho com outra coisa) Importa ajudar as crianças a perceber que a maioria dos lugares e pessoas estão seguros no dia a dia. Lembre ao seu filho de todas as situações e momentos em que acontecem coisas boas. Mesmo nesta situação, e caso ele tenha assistidos a noticias na televisão, tente focalizar-se nos aspetos positivos, nas pessoas que acorreram a ajudar, como bombeiros e policias, mostre como existem muito mais pessoas boas do que más. Foram alguns “maus” que cometeram os atentados, mas foram muito mais os bons que tentaram ajudar e que continuam a ajudar. Pergunte ao seu filho o que fará com que ele se sinta seguro e seja criativo ao tentar concretizar as sugestões dele.


Isto vai acontecer mais vezes?


Todos sabemos que não temos como garantir que não volta a acontecer. O que importa reter desta pergunta e o que o seu filho quer mesmo, e precisa mesmo, de saber é se ele vai ficar bem, é se a vossa família vai ficar bem. É importante que o faça sentir que está seguro e que vai estar protegido, que está lá para o proteger.


Pedir ajuda quando conversar não chega



Se após vários dias e após conversarem sobre estes assuntos, o seu filho continuar a exibir comportamentos alterados, continua especialmente triste, com alterações de sono, irritado, particularmente preocupado com a segurança ou outro comportamento diferente do habitual que está a interferir com o seu desempenho escolar, atividade social e funcionamento diário, está na altura de procurar ajuda profissional.  

sexta-feira, 1 de maio de 2015




O  mágico som do riso do bebé...

Algures entre o primeiro sorriso e a primeira sílaba reconhecível, surge aquele som magico do riso do bebé. Pode ser produto da reacção de beijinhos na sua barriga, cócegas nos seus dedos dos pés, ou uma pequena  e saltitante viagem no colo do pai. As origens são variadas, mas o riso é inevitável.

O primeiro sorriso acontece mais ou menos como recompensa às mamãs, no final do primeiro mês! E as primeiras gargalhadas começam a surgir entre os 3 e os 4 meses de idade, não sendo esta regra geral, pois se o seu bebé não se riu aos 4 meses, não se aflija, mais tarde ou mais cedo, ele irá brinda-lo.

O facto de se tentar perceber como funcionam os  bebés, e existem laboratórios dedicados a isto...ajuda-nos a perceber  como funcionam os adultos. Os bebés são pequenos cientistas. Eles estão constantemente a descobrir o mundo e com eles nós podemos também aprender muito.



Mas afinal, o que faz rir os bebés?


Quer seja com cu-cús, brincadeiras, cócegas na sua barriga, os pais têm sempre o dom de desencantar uma boa gargalhada no seu bebé!


O que a maioria de nós provavelmente nunca fez, foi questionar-se o porquê dos bebés se rirem nestas situações. Apesar de os bebés se começarem a rir desde muito cedo, estão ainda muito longe no que toca a perceber uma piada. Mas afinal, o que os faz rir? 

Segundo alguns estudos, o riso do bebé tem raízes no emergir das suas necessidades  de sociabilização com o meio e as pessoas que o rodeia. O riso é um acto de reacção para com outros, é um elo de ligação que o bebé utiliza para interagir com o meio que o rodeia.

No primeiro ano, os risos e as lágrimas, são os unicos meios de comunicação do bebé. O choro é um sinal de que os bebés querem que se para com algo, enquanto que o riso representa o oposto, querem que continue a fazer o que está a fazer.


Os bebés mais novos teem tendencia para achar piada a sons e coisas palpeaveis..sussuros aos ouvidos, vozes agudas, sopros no seu cabelo e beijos na barriga...

O acto de sorrir e rir, ajuda-nos a compreender melhor o mundo. Os adultos riem-se de algo que lhes é inesperado ou surpreendente. O mesmo se passa com os bebés.
Descobrir a razão pela qual estes se riem, ajudados também a compreender melhor a forma como os seres humanos interagem com o mundo á sua volta.


Claro que, as coisas a que os bebés acham piada, vão mudando á medida que estes crescem, sendo estas muitas das vezes um reflexo da dificuldade que estes encontram nas suas tarefas de desenvolvimento e crescimento. Ou seja parece ser que o riso também represente uma espécie de mecanismo de defesa para lidar com o imprevisto, com a tensão de não saber o que acontecer a seguir..

O riso é acima de tudo um factor social. O riso acontece na companhia de outros. Uma das conclusões a que os que estudam o riso dos bebés chegaram, foi o facto de que não é necessariamente o que se está a fazer ao ou com o bebé que o faz rir, mas sim, o facto de que para o fazer rir, temos que estar junto do bebé, e isso parece ser  o mais importante, é o que os faz feliz.



Top das coisas a que os bebés acham mais piada, e por isso se riem. 


Há certas coisas das quais os bebés se riem sempre...

O jogo do cu-cu

Caretas e vozes agudas

O momento do banho, com splashs e bolinhas de sabão

Serem atirados ao ar e apanhados

Jogos de cócegas, especialmente quando surpreendidos por uma cocega inesperada duma mãe ou pai escondidos por perto.

Bonecos/fantoches a fazer palhaçadas

Quando os pais fingem cair ou bater contra algo, nestas cocasiões, o riso é resultado em grande parte do suspense, quando mais tempo o pai levar até que o elemento surpresa se dê, mais piada o bebé vai achar após a libertação de toda aquela tensão..



Os bebés que se riem são felizes?

Pelos vistos, não! O que a ciência demonstra, é que todas as situações que fazem rir o bebé,  implicam um pouco de tensão e surpresa. Do ponto de vista de um bebé,  algumas podem até ser interpretadas como uma possível situação de perigo ou ameaça.

Mas, claro que estas situações não são assim tao simples, muitas das vezes estas caiem um pouco na ambiguidade, os bebés têm tendencia para chorar em situações de ameaça e como ja referimos anteriormente, o  riso  pode funcionar como um mecanismo de defesa, de alívio.

Muitas das vezes, os bebés podem estar a rir-se de algo mas, ao mesmo tempo pode ser uma forma de alívio depois de uma situação em que sentiu medo ou receio face ao desconhecido. 

Poderá saber mais em 

Boas gargalhadas junto de quem mais adoram!!!




quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dar, ou não dar chucha...




Se está a pensar se deve ou não optar por dar uma chucha ao seu bebé, vamos tentar ajudar a esclarecer essa dúvida duma vez por todas de modo a que tire partido de todas as vantagens que esta lhe possa vir a trazer no futuro e evitar ao máximo aqueles pequenos incómodos que possam igualmente surgir.  

Bom, para que se saiba e como curiosidade, o hábito de chuchar inicia-se na gravidez por volta dos 5 meses como um ato reflexo que depois se converte numa forma de relaxamento... A maioria dos bebés possui um forte hábito de chuchar. Alguns bebés até por vezes começam a chuchar nos dedos muito antes de nascerem. Para além dos benefícios nutricionais, o ato de chuchar, proporciona um efeito relaxante e por isso muitos pais consideram a chucha uma ferramenta indispensável, tão importante como uma fralda, lenços perfumados ou até mesmo uma cama baloiço.


Em termos práticos, existem vantagens  e desvantagens em dar a chucha ao bebé, dai que esta decisão seja completamente sua! Fique a saber os benefícios e riscos do uso da chucha, dicas importantes para o seu uso seguro, dicas ou passos para o ajudar a libertar-se dela (quando for o caso)...


  
As chuchas não são más em si, elas até podem reduzir o risco de  SIDS (Síndrome de Morte Súbita Infantil)embora a precaução mais eficaz em relação a este perigo seja deitar o bebé de costas.  
Um dos grandes benefícios da utilização chucha, está no facto de esta reduzir o stress e acalmar o bebé quando este se encontra mais agitado;
Ajuda o bebé a  adormecer muito mais facilmente e seu descanso irá prolongar-se sem tantas interrupções durante a noite (a não ser que o bebé não seja capaz de colocar a chucha na boca sozinho e necessite de a chamar sempre que ela se perde na cama), especialmente se este tiver frequentemente dificuldade em adormecer.  

Vantagens:

  • Podem server de objetos transicionais, uma vez que as chuchas proporcionam conforto e não apenas no sentido em que o bebé se sente confortável com o instinto de chuchar. A chucha pode acalmar um bebé que esteja agitado ajudando-o a sentir-se mais seguro em fases de transição. Por isso, alguns bebés sentem-se mais felizes quando estão a chuchar algo.
  • As chuchas são descartáveis, ao contrário do que acontece com o chuchar no dedo, que está sempre ao alcance do bebé, o facto de as chuchas serem descartáveis ajuda no momento de o bebé a deixar, ninguém pode “livrar-se” do dedo assim tão facilmente!  
  • A chucha pode reduzir o risco de morte súbita infantil, como acima mencionamos.
  • A chucha pode aliviar o desconforto durante os voos,  porque alivia a pressão dos ouvidos do bebé, visto que estes não são ainda capazes de usar os métodos que os adultos utilizam, para o fazer.
  • As chuchas podem aliviar certas dores que o bebé possa ter. Podem também ser utilizadas durante procedimentos invasivos ao bebé de forma a aliviar a sua dor ou desconforto. E nestas situações, está comprovado que mergulhar a chucha em água com açúcar pode acrescentar um alívio ainda maior, assim como  em leite maternal.
  • Uma chucha pode reduzir o risco de ingestão excessiva de leite no biberão, porque a necessidade de chuchar é muitas das vezes confundida com um sinal de fome nos bebés. No caso da amamentação por peito, a quantidade de leite ingerido não será um problema para o bebé, no entanto, bebés com poucos meses , não conseguem controlar a fluidez com que ingerem o leite por biberão com tanta facilidade, e dai o risco ser maior para estes bebés. Bebés alimentados por biberão, com uma barriga já cheia, podem  tornar-se superalimentados, criando  gás e vomitando logo de seguida se foram continuamente alimentados cedo demais! A chucha pode ajudar a controlar esta situação desempenhando um papel fundamental na sua regularização.

Onde começam a surgir as primeiras dificuldades?   

  • Uma das desvantagens de utilizar a chucha está no facto de esta poder, desde logo,  interferir com a amamentação. A amamentação através do peito é um ato muito diferente de chuchar na chucha ou no biberão, alguns bebés são muito sensíveis a essas mudanças. É por isso, aconselhável evitar dar a chucha ao bebé antes que ele tenha estabelecido a relação com o mamilo, se for a sua intensão amamenta-lo.
  • No caso de alguns bebés a chucha pode interferir com o seu crescimento. Chuchar requer mais energia. Bebés pequenos, doentes ou com certas dificuldades, podem cansar-se mais facilmente. Ou seja, o excessivo uso da chucha pode levar a uma má alimentação e a reduções de peso em bebés já frágeis. Por outro lado, os bebés que são muito dependentes dela, podem sair prejudicados na alimentação, visto que esta pode ser frequentemente atrasada pelo seu uso da chucha.
  • O bebé poder criar uma dependência extrema da chucha e transforma-la na única  forma de se acalmar. Por exemplo, se o bebé precisar sempre da chucha para adormecer, esta pode ser motivo de dependência e levar a que o bebé chore mais vezes a meio da noite se a chucha lhe cair da boca. Nos primeiros meses, o bebé não possui a coordenação olho-mão para a colocar novamente na boa se ela cair, o que pode ser frustrante, tanto para o bebé como para os pais.
  • A chucha pode aumentar o risco das infecções nos ouvidos. Contudo,  estes riscos são menores nos primeiros 6 meses do bebé, altura na qual o risco de SIDS é maior e quando provavelmente o bebé estará mais interessado na chucha.
  • O uso excessivo da chucha pode conduzir a um atraso no desenvolvimento da fala, se o bebé andar constantemente com a chucha na boca, é difícil para ele começar a tentar falar com um chucha na boca a toda a hora.
  • O uso da chucha  para além dos 3 anos de idade da criança é desaconselhado, visto que pode causar alguns problemas ao nível da dentição,  como por exemplo recessão das gengivas. Ou seja, o uso regular da chucha durante os primeiros anos de vida não causa problemas na dentição. No entanto, o seu uso prolongado e exagerado pode causar desalinhamentos ou dificultar o seu crescimento.


Se decidir oferecer a chucha ao seu bebé, tenha em consideração o seguinte:


Desde o tipo de material até ás suas formas e feitios, existem imensas variações de chuchas...

·      Nunca deverá usar nenhum acessório para prender a chucha, demasiado comprido que consiga contornar o pescoço do bebé.
·      No que diz respeito a materiais, as chuchas de silicone são as mais populares, mas as de borracha também são uma boa opção.
·      Seja qual for a sua escolha, procure chuchas de fabricantes de confiança que não utilizem plastificantes tóxicos ou outros aditivos. Tente escolher uma chucha com aspecto uniforme de forma a não possuírem cavidades onde as bactérias se possam acumular.

E ainda....

  • Não se ofereça a chucha até que o bebé tenha entre 3 a 4 semanas de idade.
  • Mantenha a chucha limpa. Antes de dar a chucha ao seu bebé, limpe-a com cuidado. Até aos primeiros 5 meses de idade e o seu sistema imunitário ainda não está suficientemente desenvolvido, deve frequentemente ferver a chucha ou passa-la pela máquina de lavar louça. Após os primeiros 6 meses, pode simplesmente lavar a chucha com sabão e água. Resista á tentação de passar a chucha pela sua boca!
  • Se o seu bebé não estiver interessado na chucha, não a force!
  • Não coloque açúcar ou outras substâncias doces na chucha.
  • Mantenha-a num local seguro e tente substituí-la com frequência, utilize o tamanho apropriado para a idade do seu bebé!


Sabia que, a chucha foi originalmente concebida para tocar gentilmente na ponta do nariz do bebé, tal como o peito o faz durante a fase de amamentação.

Pode ver o video aqui 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Mãos à obra... A primeira vez!


Mãos à obra... A primeira vez!


Um dia vai ser o primeiro na introdução dos sólidos! Vamos fazer com que esta primeira refeição seja agradável e relaxante para todos. A forma ideal de dar comida ao bebé é fazê-lo na hora das refeições junto com o resto da família.


A melhor altura do dia para a primeira refeição deverá ser a manhã ou o início da tarde. Alguns bebés
apresentam reações alérgicas a certos alimentos. Se dermos ao bebé a papinha à noite essa reação pode
verificar-se no meio da noite. 

Acredite que é melhor para si não ter de lidar com esta situação durante a noite quando está mais ensonada e cansada.



Ofereça a primeira papinha quando o bebé não está com muita fome. Pode parecer um contrassenso mas se o bebé estiver com muita fome e a pedir que se despache a alimentá-lo, provavelmente vai sentir-se frustrado passado pouco tempo, ao ter de lidar com uma papa nova, um objeto novo – a colher, e uma nova forma de levar o alimento até à sua barriguita. Não é boa ideia! 

Dê-lhe a primeira papinha quando ele já mamou parte do peito ou do biberão e já está mais satisfeito. Só depois ofereça a papa e termine com o peito ou o biberão que ele quiser. Assim garantimos que ele mantém a ingestão de leite que necessita. Como alternativa poderá oferecer a sua primeira papinha no meio de duas tomas de leite.
Comece com uma só refeição por dia, sempre que seja conveniente para si e para o bebé, mas nunca numa altura em que ele pareça cansado ou irritado.


Prepare-se mentalmente!


Não fique desapontada se o seu bebé não colaborar nas primeiras refeições. Esteja preparada para manteum sorriso nos lábios! Isto porque os bebés são exímios leitores de expressões faciais. Estas dão-lhe os sinais que precisam para saber como se comportar ou reagir a determinada situação. Se ficar muito ansiosa ou preocupada o seu bebé vai ler “algo de perigoso se vai passar, é melhor eu estar na defensiva!” e vai comportar-se de acordo com esta leitura. A sua tarefa vai ficar muito mais árdua e a dele também! As refeições passarão a ser indutoras de stress lá em casa, e não é isso que queremos!
Não disfarce! Os bebés conseguem perceber isso! Simplesmente aja com naturalidade sabendo que com o passar do tempo tudo se irá simplificar.



Tudo a postos! Começar!
Tem tudo preparado? Então comece por colocar uma pequenina quantidade de líquido na ponta da colher e
coloque-a nos lábios do seu bebé inclinando ligeiramente tendo o cuidado para que a colher fique por cima
da língua. Deixe que o bebé sugue o líquido da colher. Se ele não conseguir fazer isto, deixe que o líquido
caia suavemente para dentro da sua boca.
Para que ele prove aquilo que está prestes a meter-lhe na boca e não fique receoso, pode molhar o seu dedo
mindinho (escrupulosamente lavado) no líquido e colocar-lhe na boca, sempre será algo mais conhecido
para ele. Pode usar esta técnica sempre que introduzir um alimento novo.
Use uma colher macia de plástico ou silicone, para evitar ferir as gengivas. Comece com apenas uma
pequenina quantidade de alimento na ponta da colher. Se o seu bebé não parecer muito interessado em
comer da colher, deixe-o cheirar e saborear a comida e espere até ele gostar da ideia de provar sólidos!
Não adicione cereal ao biberão porque isso pode fazer com que o bebé não associe que a comida é para
comer sentado e com uma colher.


Aconteça o que acontecer, sorria e diga Hummmm!
É natural que das primeiras vezes o seu bebé cuspa tudo para fora (recorde o reflexo). Não desanime, faz
parte! Engolir é uma capacidade que o bebé tem de aprender, isso vai demorar algum tempo até o bebé ser
capaz de o fazer eficazmente. Por isso tenha calma e nunca obrigue um bebé a comer! Só irá fazer com que
ele associe à comida algo de angustiante e mais tarde tenha uma relação difícil com as refeições, podendo
vir a desenvolver perturbações do comportamento alimentar.
Não espere que seu bebé coma a quantidade toda de alimento que lhe colocou na tacinha, lembre-se que
esta é uma experiência nova para ele, por isso temos que lhe dar tempo para que ele se habitue. Alguns
bebés precisam de praticar o ser capaz de manter a comida na boca e depois engolir. Uma vez que ele se
acostume à sua nova dieta, estará pronto para algumas colheres de comida por dia.
Gradualmente irá aumentar a consistência das papas adicionando menos líquido, no caso dos cereais e
acrescentando um pouco de cereal aos outros alimentos. À medida que aumenta o apetite do seu bebé
aumente também o número de colheres..
À medida que o bebé fica mais velho e come mais alimentos sólidos, gradualmente poderá aumentar o
tamanho das porções. Além disso, mantenha em mente que o leite materno e/ou artificial estão a fornecer
todos os nutrientes que o seu bebé nesta fase precisa.

cremoso de frango